Novembro 9 - S.A.R., o Senhor Dom Duarte de Bragança visitou a Feira da Golegã onde se encontrou com os Associados do Núcleo da Golegã da Real Associação do Ribatejo. Ver vídeo 2 - A convite da Universidade da Madeira, S.A.R., o Senhor Dom Duarte de Bragança, participou no Ciclo de Colóquios Da Madeira ao Mundo - 600 anos de Globalização, que teve lugar no Centro Cultural e de Congressos de Porto Santo, organizado por ocasião do 600 anos da descoberta da Madeira e do Porto Santo, em que proferiu uma proferiu uma conferência intitulada As Comunidades Luso-descendentes da Ásia e a sua ligação à Diocese do Funchal. As Comunidades Luso-descendentes da Ásia e a sua ligação à Diocese do Funchal. Fiquei muito sensibilizado com o convite para
participar no acontecimento de tão grande importância simbólica na História de
Portugal. Vir falar à terra onde começou a epopeia das Descobertas e a primeira
grande globalização cultural, é de uma enorme responsabilidade. Seria
pretensioso da minha parte concorrer com ilustres historiadores e especialistas
aqui presentes e, por isso, limitar-me-ei a tecer umas considerações derivadas
da minha experiência pessoal adquirida com os contactos que fiz com as
populações luso-descendentes por esse mundo fora. A Fundação Dom Manuel II, de
que sou Presidente, vem acompanhando comunidades minoritárias de
luso-descendentes, em especial na sua dimensão cultural e na preservação e
promoção da sua matriz identitária. Tive
oportunidade de visitar algumas destas comunidades e de receber o apoio
pioneiro de entidades, como a Presidência da Região Autónoma da Madeira, no
apoio à Comunidade luso-descendente de Malaca. Estou firmemente convencido
de que tem sido particularmente clara a solidariedade desta Região Autónoma em
relação aos seus núcleos de emigrantes, também eles comunidades minoritárias,
bastando recordar os casos da África do Sul e, mais recentemente, os
angustiados milhares de Madeirenses radicados na Venezuela. O convite que
me endereçaram para conversar convosco neste Ciclo de Conferências Da Madeira ao Mundo: 600 Anos de Globalização
permite-me ajudar-vos a recordar que esta ligação, e esta atenta solidariedade,
(que talvez não constituam uma regra geral na conjuntura presente), se encontra
inscrita na génese, e no ADN histórico da Madeira. Nunca deixou de ser actual
mas, neste preciso momento, torna-se particularmente urgente reflectir sobre os
ciclos de luta pela preponderância que têm vindo a caracterizar as relações
entre as chamadas religiões do Livro. Recuando seis séculos, os responsáveis
pela expansão portuguesa do séc. XV, e seguintes, mostraram estar
conscientes de que as suas explorações estavam a alargar o espaço cristão,
criando condições para que a nossa Fé se espalhasse para lá das fronteiras
anteriormente estabelecidas, e chegasse efectivamente a todo o mundo conhecido
e ao mundo por conhecer, seguindo a doutrina do Quinto Império ou Império do
Divino Espírito Santo. É curioso verificar que esta
actividade se enquadrava em geral naquilo que se pode denominar como Teologia
da Cristandade, que perdurou em parte até ao séc. XX, e em conformidade com a
qual a acção missionária visava, acima de tudo, a aculturação, a superação de
outras crenças e formas de vida, para que aceitassem o modelo ocidental. Os madeirenses participaram
no povoamento das ilhas de Cabo Verde e de São Tomé e Príncipe, cujas igrejas
dependiam inicialmente da diocese do Funchal, e estes arquipélagos vão servir
de ponto de apoio às viagens de comerciantes e missionárias para a costa
do Brasil e no caminho marítimo para a Índia. A evangelização centra-se mais na edificação de igrejas, onde se instalaram
colonos portugueses, do que em promover a conversão dos muçulmanos ou outros
africanos. Só a reforma interna da Igreja,
após o Concílio de Trento (1545-1563), e a actividade da Companhia de Jesus
lançaram uma acção missionária orgânica e sistemática, com novos modelos de
evangelização. A Diocese madeirense acabaria por ser criada numa fase de transformação
de atitudes e mentalidades, quando sociedades fechadas começaram a viver uma
aventura global, nas caravelas da expansão marítima. A este respeito, os portugueses, pioneiros
nas descobertas, distinguiram-se da coroa castelhana, que optou pelo que se
poderia designar como dioceses de conquista, ligadas à ocupação do território
das Américas. Já o desenvolvimento de uma estrutura diocesana nas áreas submetidas
ao império português foi-se processando de acordo com o ritmo da própria
evangelização. Foi
precisamente no quadro do confronto com o Islão, motivado pelo domínio do
espaço mediterrânico, que D. João I escreveu ao Papa em 1418, solicitando-lhe
uma bula de cruzada para todo os que desejassem coadjuvá-lo na prossecução da
luta contra os “infiéis”, e em Abril desse mesmo ano Martinho V emitiu três
bulas. Numa delas, a Rex Regum,
determinava o reconhecimento implícito para Portugal da praça de Ceuta, bem
como das outras povoações e territórios que se viessem a tomar. Confirmavam-se
deste modo as pretensões lusas de prosseguir as conquistas no norte de África,
ao mesmo que confirmava juridicamente a conquista. Estes
sucessos políticos e militares ficaram a dever-se aos filhos de D. João I e da
Princesa Inglesa Filipa de Lencastre, que hoje são conhecidos pela Ínclita
Geração. A Rainha D. Filipa deu muita importância à formação cultural dos
seus Filhos, e todos eles foram, de facto, personalidades notáveis na Europa da
época. O Infante Dom Henrique foi o primeiro responsável político pela Região.
O primeiro Governo do Funchal, depois da recente autonomia teve a muito feliz
iniciativa de pôr a cruz da Ordem de Cristo na bela abandeira regional, por ser
o Infante D. Henrique o Grão-mestre desta Ordem, directamente sucessora da
Ordem dos Templários. Já nas zonas descobertas, particularmente onde não se
verificava a presença islâmica, o título de posse, concedido pela autoridade da
Santa Sé, associou-se a uma obrigação explícita de se proceder a uma
missionação efectiva. Na prática, a missionação cristã iria justificar a
presença e a acção daquilo que hoje em dia costuma designar-se como potência
colonizadora. Tendo
presente a prioridade da descoberta da Madeira o poder régio surgia assim
ligado à missionação, sendo-lhe confiada a evangelização das novas terras
descobertas a partir deste arquipélago, que passava a representar uma porta
aberta para a Europa sobre um mundo novo, com jurisdição sobre todos os territórios
descobertos pelos portugueses além-mar ao longo da costa africana até ao
Oriente, englobando depois o Brasil. Desde o início do povoamento, a Igreja
Católica na Madeira actuou num clima missionário, que se foi actualizando ao
longo dos tempos. Mais concretamente estabelecendo uma ponte entre a comunidade
recém-instalada, aqueles que partem e os que passam, oferecendo à cristandade
global um novo enquadramento geográfico e espiritual. O arquipélago
converteu-se num ponto de escala e abastecimento no corredor atlântico. E
concomitantemente afirmou-se como polo de difusão e estruturação do
Cristianismo no mundo ultramarino. Estas
valências desenvolveram-se a partir de uma sociedade cristã que trouxe para a
Madeira as suas tradições do continente, embora seja forçoso reconhecer, que as
suas características ganharam uma configuração singular por força das condições
do território e do esforço pioneiro de construir de raiz uma sociedade nova. A
preocupação missionária surge desde o primeiro momento, como atesta o
Elucidário Madeirense ao falar de Gonçalo Anes ou Gonçalo Anes de Velosa,
fundador da igreja de São Bartolomeu, junto da qual instituiu um hospício para
clérigos pobres, que como se pode depreender, servia para alojamento dos
missionários que paravam na Madeira e se dirigiam para a Índia e para o Brasil.
Talvez não tenha sido por mera coincidência que os jesuítas se vieram a
instalar em 1570 nesta casa e igreja. Quem viu o
filme, ou leu o romance, “A Missão” não pode deixar de ficar emocionado ao
perceber a técnica seguida pelos Jesuítas de integrarem o Cristianismo nas
culturas locais, ao contrário de outros missionários que se esforçaram por
alterar profundamente as culturas dos povos que iam cristianizando. Na China,
Japão e Índia os sacerdotes Jesuítas vestiam-se com trajes de religiosos
locais, além e integrarem outros elementos culturais, tendo até dado origem a
queixas de autoridades católica. (Foi o caso controvérsia dos “ritos chineses”
que foi utlizada como uma das razões mais invocadas para a extinção da
Companhia de Jesus no século XVIII). Em Goa os Jesuítas criaram um instituto
universitário dependente da Universidade de Évora e institutos de ensino superior
surgiram por sua iniciativa em várias regiões do ultramar português, como por
exemplo, em Angola, Brasil, em São Paulo, e na região de Tête em Moçambique. Imaginem o
que seria o desenvolvimento cultural desses países hoje se esta extraordinária
obra não tivesse sido brutalmente interrompida pelo fanatismo político
pombalino. A mentalidade do “despotismo iluminado” apoiado no “absolutismo
real” do tempo de D. José I ainda hoje é glorificada nos livros de História de
todo o mundo e o Marquês de Pombal foi homenageado com o maior monumento
produzido pela 1ª república portuguesa. Quem visitou o Pavilhão de Portugal na Expo 98 fica com a imagem de que
no fim toda a obra portuguesa naufragou. No entanto, quem se der ao trabalho de
procurar as Comunidades Luso-descendentes na Ásia ficará impressionado com a
força das memórias portuguesas que por lá encontra. Eu visitei com a minha família a Comunidade “Portuguesa” de Banguecoque,
onde cerca de 20 mil pessoas se afirmam luso-descendentes, são católicos e têm
um grande prestígio social. A principal Igreja que merece ser visitada por quem
lá for é a Igreja da Conceição, no antigo Bairro Português, obviamente junto ao
Rio, por onde chegavam as naus portuguesas. Eu visitei esta Comunidade em 2017,
por ocasião da nossa oferta da imagem da Imaculada Conceição à Paróquia do
mesmo nome. (Foto:Nipat Siriphanyos) (Foto: Chakkaphob Kreekul)
Na Birmânia, hoje chamada Myanmar, há sete pequenas cidades
predominantemente de descendentes de portugueses, conhecido como Bayingyis. (Foto: https://www.vortexmag.net/bayingyis-o-povo-de-olhos-verdes-da-birmania-que-descende-dos-portugueses/) Foram como
militares, mas ao contrário do que sucedeu na Tailândia, antigo Reino do Sião,
- onde os Portugueses durante gerações organizavam as forças armadas locais,
conhecidos especialmente como sendo os melhores artilheiros, - são hoje
agricultores, com algumas excepções, como é o caso do actual Cardeal de Ragun. No Sri
Lanka, antigo Ceilão, uma comunidade de cerca de 40 mil pessoas é descendente
de Portugueses, os chamados os Portuguese
Burghers, que adoptaram nomes de família portugueses quando os antepassados
se converteram ao Catolicismo. A minha Mulher e eu esperamos visitar esta
Comunidade no próximo ano. A presença
dos Luso descendentes na Ásia também é muito forte em Goa, Damão, Diu, Macau.
Mas o caso mais curioso é o da pequena comunidade do Bairro Português de
Malaca, Kampung Portugis, que
sobreviveu à violenta ocupação holandesa, mantendo sempre a sua fé e a sua
ligação cultural e afectiva a Portugal. Eu visitei esta comunidade em 2015,
para entregar, em nome da Fundação D. Manuel II, um sino em bronze, para
substituir um mais antigo da Praça principal que se tinha quebrado.
E foi
precisamente no Bairro Português de Malaca que em 2016 se realizou a a 1ª Conferência
das Comunidades Luso-asiáticas, na qual a Fundação D. Manuel II este
representada (https://fundacaodommanuel2.wordpress.com/).
A próxima
Conferência das Comunidades Luso-asiáticas será em 2019, em Timor. Dom Duarte de Bragança Poro Santo, 2 de Novembro de 2018 Outubro 27 e 28 S. A. R., o Senhor Duque de Bragança este presente no XXIV Congresso da Causa Real, que teve lugar em Rio Maior, no qual foi eleita uma nova Direcção da Causa Real (ver site). Setembro 19 - S. A. R., o Senhor Duque de Bragança, esteve presente na Conferência "A Igreja Ortodoxa Russa e a Ajuda aos Cristão do Médio Oriente" proferida por Sua Eminência, o Metropolita Hilarion de Volokolamsk, que teve lugar no dia 19 de Setembro na Universidade Católica de Lisboa. ![]() Julho 31 - S. A. R., o Senhor Duque de Bragança, visitou Ferentino no passado dia 31 de Julho a convite da Câmara Municipal. (Ver vídeo) 7 - S. A. R., o Dom Miguel de Bragança, Duque de Viseu, visitará no próximo dia 7 de Julho a União das Freguesias de Monsanto e Idanha-a-Velha. Programa da visita: ![]() ![]() Janeiro Fotografias: ![]() ![]() Programa da visita: ![]() 21 - S.A.R., a Senhora Dona Isabel participou na celebração do centenário da Beatificação de São Nuno de Santa Maria que teve lugar em Ferreira do Alentejo no dia 21 de Janeiro. ![]() |