Dom Duarte Pio de Bragança – 24 horas em Sintra (UP - a revista de bordo da TAP Portugal) Na companhia do chefe da Casa Real Portuguesa, perca-se de amores pelas vielas, jardins, praias e palácios de Sintra, lugar a que Lord Byron chamou “novo paraíso”. Dom Duarte Pio de Bragança é primo em sexto grau do último monarca português, D. Manuel II. Não fosse a implantação da República em Portugal, que aconteceu há justamente um século, e seria ele o detentor da coroa. O chefe da Casa Real Portuguesa preside à Fundação Dom Manuel II, instituição particular, sem fins lucrativos, de assistência social e cultural, com acções no território português, nos países lusófonos, e nas comunidades portuguesas em todo o mundo. Dom Duarte é um acérrimo defensor da identidade cultural do país. Mar à vista “O cabo da roca é o ponto mais ocidental da Europa e um belíssimo miradouro do Atlântico. O concelho é servido por inúmeras praias e a da Adraga é uma das minhas predilectas. Está inserida na área do Parque Natural Sintra-Cascais e fica junto à aldeia de Almoçageme.” ![]() Um eléctrico chamado tradição “Uma das coisas que gosto de fazer é tomar o eléctrico para Colares. Sempre que tenho visitas levo-as neste passeio, que é um dos mais aprazíveis das redondezas. Ainda bem que a ligação foi restabelecida, pois Sintra tem de preservar o seu encanto do século XIX, é essa a sua imagem de marca”. ![]() Era uma vez…no reino da Pena O Palácio Nacional da Pena foi residência de Verão da família real portuguesa até 1910. Hoje é uma casa-museu, onde “a visita está organizada de tal maneira que parece que a família real saiu de lá ontem.” O edifício “é uma fantasia com sucesso, muito bem integrada na paisagem”. O “original” lugar data de 1839,
quando o rei consorte D. Fernando II de Saxe Coburgo-Gotha adquiriu as ruínas
do Mosteiro Jerónimo de Nossa Senhora da Pena e iniciou a sua adaptação a
palacete, obra a cargo do Barão de Eschewege, que criou uma espécie de pastiche
dos castelos da Baviera e polvilhou o lugar de motivos mouriscos, góticos e
manuelinos. “O parque que envolve o palácio é o meu preferido dos muitos que há
na serra. Dom Fernando mandou plantar árvores e plantas das sete partidas do
mundo e até lá existe uma plantação de café.” Almoços históricos “O Lawrence’s é o hotel mais antigo da Península Ibérica, foi inaugurado em 1764 e já recebeu hóspedes tão famosos quanto os escritores Lord Byron ou Eça de Queirós, que dão nome a algumas das suites. Tem um ambiente romântico e um restaurante muito agradável, onde se come muitíssimo bem. O mesmo se diga do Palácio de Seteais, óptima escolha tanto para o almoço como para o chá da tarde”. ![]() Os mistérios da serra de Sintra A Quinta da Regaleira é do início do século XVII. Entre os seus proprietários, destaca-se Carvalho Monteiro que, com a ajuda do arquitecto Luigi Manini – responsável também pelo Palace Hotel do Bussaco –, dela fez, no princípio do século XX, um espelho dos seus sentimentos patrióticos. Apesar de ser o estilo
manuelino a dominar, a quinta está repleta de símbolos mitológicos e
esotéricos, estátuas de deuses, poços iniciáticos, jardins e grutas. “O melhor
a fazer é ir acompanhado de um guia, para entender os vários símbolos que se
encontram pela quinta. Também é digna de nota a cafetaria que tem um rol de
snacks ideais para o lanche”. Cultura oblige “No segundo e quarto domingo de cada mês, o Largo Dom Fernando II em São Pedro de Sintra recebe feiras muito interessantes, algumas temáticas como a medieval ou a biológica. Gosto muito de me passear por lá”. Para outros programas vá até ao Centro Cultural Olga Cadaval onde, em Outubro, pode assistir aos espectáculos de dança Retrospectiva (8) e The Ultimate Tango Show (29). ![]() “Para jantar, as escolhas oscilam entre os restaurantes Toca do Javali e Taberna dos Trovadores. O primeiro tem pratos de caça óptimos e um ambiente acolhedor, ideal para tempos mais frios. O segundo é um espaço de eleição de artistas como Joaquim de Almeida e vários músicos conhecidos. A cozinha é tradicional e caseira, sem pretensões, mas muito boa. Recomendo vivamente”. Por Maria Ana Ventura |
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